segunda-feira, 7 de maio de 2012

O poder é tão viciante quanto a cocaína, assegura pesquisador

O poder é tão viciante quanto a cocaína, assegura pesquisador.

 Este artigo é bem bacana e mostra claramente como, quimicamente, somos dependentes do poder enebriante.

  Poder e vicio   


 A capacidade corruptora do poder é lendária, uma espécie de veneno que se infiltra na mente daqueles que o exercem e termina por modificar seus pensamentos, seus valores, sua maneira de comportar em frente aos demais e também em frente a si mesmos.

 Há um par de dias Ian Robertson, professor de psicologia no Trinity College de Dublin  e diretor do Instituto de Neurociência da mesma universidade, publicou um interessante editorial no qual explica algumas das descobertas em ditos campos que apontam a um vício manifestado e desenvolvido a nível neuronal e hormonal que o poder desperta naqueles que se expõem a seu exercício.

 Primeiramente Robertson recorda que o poder incrementa os níveis de testosterona tanto em homem como em mulheres, do qual se sabe que tanto este hormônio quanto um de seus derivados, o androstanediol-3, um esferóide, são altamente viciantes porque geram um aumento de dopamina na zona de recompensas do cérebro, o núcleo accumbens. Este efeito, conta o cientista, guarda enorme semelhança com os provocados pela cocaína: um prazer imediato que resulta em vício a longo prazo.

 Nos babuínos, por exemplo, comprovaram que os indivíduos que se encontravam nos níveis mais inferiores da hierarquia grupal também eram os que tinham menos presença de dopamina nas áreas do cérebro correspondente e, ao contrário, quando estes eram "promovidos" a posições superiores, a dopamina também aumentava.

 O ser humano compartilha com ditos primatas ao menos uma semelhança de comportamento: maior poder (mais dopamina) gera mais agressividade e mais atividade sexual. Ademais em nossa espécie, diz Robertson, o poder também torna as pessoas mais inteligentes porque a dopamina melhora as funções do cérebro no lóbulo frontal.

Mas um decréscimo na hierarquia, que se traduz em menores níveis de dopamina, incrementa o estresse e reduz as habilidades cognitivas.

Robertson conclui: - "Muito poder -e portanto muita dopamina- pode perturbar a normalidade da cognição e da emoção, levando a grandes erros de julgamento e reticente ao sentido de risco, sem mencionar um enorme egocentrismo e falta de empatia com os outros".


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